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MEMÓRIAS NEGRAS E AFRO-INDÍGENAS
Neste número, foi criado um fio condutor, ou seja, um tema central. Escolhemos apresentar a figura do Boi-Bumbá na cultura e no imaginário populares. O animal se torna aqui uma metáfora de vozes e de encontros culturais. A expressão “Bumba”, cujo significado é “choque” ou “pancada”, foi analisada pelos pesquisadores como uma forma de crítica social, assim como resultado de uma ação criativa e imaginativa da cultura popular.
A cultura do boi traz experiências estéticas, históricas e literárias. Segundo Câmara Cascudo, essa cultura surgiu a partir dos encontros e choques entre culturas europeias e africanas. Certamente, a brincadeira tem, como ponto de partida, a crítica à escravidão. Isso a levou a ser proibida no período colonial. Originalmente, a brincadeira do boi nasceu no eixo Norte-Nordeste, no ciclo do gado. No entanto, ao longo do tempo, essa cultura se esparramou pelo Brasil, assumindo feições diversas. No litoral norte paulista, a cultura do boi chegou com os tropeiros e, depois, com os fluxos migratórios.
Há registros da brincadeira em Ubatuba, com o Boi de Conchas, e em São Sebastião, com o Boi Investe.
Assim, tendo como tema o Boi-Bumbá, este número focará dois aspectos: a compreensão leitora e a apresentação de novos repertórios simbólicos para as crianças. Isso significa trazer uma produção artístico-literária e as memórias afro-indígenas. Essas referências partem das seguintes estratégias: pesquisa, discussão, investigação, partilha entre alunos e construção argumentativa. Buscaremos, com esse conteúdo, criar um espaço de escuta afetiva e de ênfase no protagonismo da criança.
Páginas | 72 |
Largura | 20,5 cm |
Altura | 27,5 cm |